Transtorno de Estresse Pós-Traumático

Entendendo o Transtorno de Estresse Pós-Traumático

O transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) é um transtorno que se desenvolve em algumas pessoas após um evento traumático.

Visão geral do TEPT

A causa mais comum do TEPT é a morte inesperada de um ente querido,1 embora possa haver muitas causas possíveis, como exposição a violência sexual, guerra, agressão física, desastre natural ou acidente de veículo.2 Uma pessoa pode desenvolver TEPT após experimentar o trauma, testemunhá-lo ou mesmo aprender acerca de um trauma que tenha afetado um parente ou amigo próximo.2

 

O TEPT é uma doença grave e pouco tratada, passível de ocorrer em qualquer idade e pode ter um efeito negativo em muitos aspectos sociais e econômicos da vida das pessoas.2-4

Fatos sobre o TEPT

O transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) se desenvolve em algumas pessoas após experimentarem, testemunharem ou aprenderem acerca de um evento traumático, como a morte de um ente querido, exposição a violência sexual, guerra, agressão física, desastre natural ou acidente de veículo.1 O TEPT pode ter um efeito negativo em muitos aspectos sociais e econômicos da vida das pessoas, bem como na sociedade.2,3

Pessoas com TEPT podem sofrer memórias e flashbacks angustiantes, autoculpa, incapacidade de experimentar a felicidade, respostas emocionais alteradas (p. ex., irritabilidade, imprudência) e podem evitar ativamente as recordações do evento traumático.1

sintomas do Transtorno de Estresse Pós-Traumático

Os sintomas do TEPT podem ser caracterizados em quatro tipos principais:5

 

  • Reexperimentação do trauma – memórias recorrentes, pesadelos e flashbacks.
     
  • Sintomas de evitação – evitação de pensamentos, sentimentos, objetos, pessoas ou locais associados ao trauma.
  • Pensamentos e emoções negativas – crenças negativas exageradas sobre si mesmo ou sobre o mundo, vergonha ou culpa, emoção reduzida, sensação de alienação e dificuldade em lembrar detalhes do trauma.
  • Alterações nas respostas de excitação ou emocionais – irritabilidade, estado de alerta máximo, comportamento imprudente, transtornos do sono e dificuldade de concentração.

 

Os sintomas do TEPT variam de pessoa para pessoa. Algumas pessoas podem experimentar predominantemente um dos quatro tipos de sintomas, enquanto outras podem experimentar uma combinação deles.2 O tempo dos sintomas também pode variar – a maioria das pessoas com TEPT experimenta sintomas imediatamente após o evento traumático,3 enquanto, em outras, pode haver demora de alguns meses, ou até anos, antes que os sintomas se desenvolvam.2

70%

das pessoas vivenciarão um evento traumático durante a vida, porém a maioria delas se recupera normalmente.4,5

No mundo,  ~ 3,9%

das pessoas apresentam TEPT durante a vida; entre aquelas que foram expostas a traumas, a taxa é de aproximadamente 5,6%.5

Epidemiologia e ônus

Em todo o mundo, a maioria das pessoas (70%) experimenta um evento traumático ao longo da vida.6 Embora a maioria das pessoas expostas ao trauma se recupere normalmente, cerca de 5,6% das pessoas expostas desenvolverão TEPT.3 Isso equivale a cerca de 3,9% de todas as pessoas que sofrem TEPT na vida.O TEPT é duas vezes mais comum em mulheres do que em homens e é mais comum em países de alta renda do que em países de baixa renda.3 As taxas de TEPT são mais altas entre veteranos de guerra e outros indivíduos, cujo trabalho aumenta o risco de exposição ao trauma (p. ex., policiais, bombeiros e pessoal de equipes médicas de emergência).2


Algumas pessoas com TEPT se recuperam rapidamente, enquanto outras podem ter sintomas por muitos anos.2 O TEPT pode ter consequências negativas em muitos aspectos da vida das pessoas, incluindo relacionamentos íntimos, amizades e socialização, paternidade, finanças e desempenho laboral e acadêmico.4


Uma pesquisa global da Organização Mundial da Saúde (OMS) constatou que pessoas com TEPT perdem em média 15 dias adicionais de trabalho ou de atividades por ano, em comparação com pessoas sem TEPT,o que pode levar a custos substanciais. Em pessoas idosas, os sintomas do TEPT podem ser exacerbados por meio de saúde em declínio, habilidades cognitivas reduzidas e isolamento social, aumentando o ônus do transtorno.2

Fatos sobre  o TEPT

O TEPT pode ocorrer em qualquer idade, mesmo em crianças muito pequenas.1

O TEPT pode ter um efeito negativo nas relações íntimas, amizades, paternidade, trabalho, desempenho acadêmico e vida financeira.2

Pessoas preocupadas que elas, ou seus entes queridos, estejam apresentando sintomas de TEPT devem consultar seu médico para obter ajuda e orientação.

Diagnóstico e cuidados

O TEPT é diagnosticado por meio de entrevistas com o paciente ou com os pais de crianças pequenas.2 Os sintomas do TEPT são muitas vezes semelhantes aos sintomas de outros transtornos (como, p. ex., a depressão), que podem levar ao subdiagnóstico ou ao diagnóstico incorreto do TEPT.8 A principal diferença entre o TEPT e a depressão é que o TEPT requer exposição ao trauma.

 

O tratamento do TEPT, em geral, envolve psicoterapia – suporte comportamental e emocional personalizado de profissionais – e pode envolver medicação.Entretanto, uma análise dos dados globais sugere que menos de 50% das pessoas com TEPT buscam tratamento.3 Além disso, um atraso no início do tratamento pode levar a resultados piores.10 O diagnóstico e o tratamento precoces são essenciais para as pessoas com TEPT.

  1. Kessler RC, Rose S, Koenen KC, Karam EG, Stang PE, Stein DJ, et al. How well can post-traumatic stress disorder be predicted from pre-trauma risk factors? An exploratory study in the WHO World Mental Health Surveys. World Psychiatry. 2014;13(3):265–274.
  2. American Psychiatric Association. Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders. 5th ed. Arlington, VA: American Psychiatric Association; 2013.
  3. Koenen KC, Ratanatharathorn A, Ng L, McLaughlin KA, Bromet EJ, Stein DJ, et al. Posttraumatic stress disorder in the World Mental Health Surveys. Psychol Med. 2017;47(13):2260–2274.
  4. Rodriguez P, Holowka DW, Marx BP. Assessment of posttraumatic stress disorder-related functional impairment: a review. J Rehabil Res Dev. 2012;49(5):649–665.
  5. Lancaster CL, Teeters JB, Gros DF, Back SE. Posttraumatic stress disorder: overview of evidence-based assessment and treatment. J Clin Med. 2016;5(11).pii:E105.
  6. Benjet C, Bromet E, Karam EG, Kessler RC, McLaughlin KA, Ruscio AM, et al. The epidemiology of traumatic event exposure worldwide: results from the World Mental Health Survey Consortium. Psychol Med. 2016;46(2):327–343.
  7. Alonso J, Petukhova M, Vilagut G, Chatterji S, Heeringa S, Üstün TB, et al. Days out of role due to common physical and mental conditions: results from the WHO World Mental Health surveys. Mol Psychiatry. 2011;16(12):1234–1246.
  8. Brady KT, Killeen TK, Brewerton T, Lucerini S. Comorbidity of psychiatric disorders and posttraumatic stress disorder. J Clin Psychiatry. 2000;61(Suppl 7):22–32. 
  9. American Psychological Association. Guideline Development Panel for the treatment of posttraumatic stress disorder in adults. Clinical practice guideline for the treatment of PTSD. American Psychological Association; 2017.
  10. Maguen S, Madden E, Neylan TC, Cohen BE, Bertenthal D, Seal KH. Timing of mental health treatment and PTSD symptom improvement among Iraq and Afghanistan veterans. Psychiatr Serv. 2014;65(12):1414–1419.

  1. American Psychiatric Association. Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders. 5th ed. Arlington, VA: American Psychiatric Association; 2013.
  2. Rodriguez P, Holowka DW, Marx BP. Assessment of posttraumatic stress disorder-related functional impairment: a review. J Rehabil Res Dev. 2012;49(5):649–665.
  3. Alonso J, Petukhova M, Vilagut G, Chatterji S, Heeringa S, Üstün TB, et al. Days out of role due to common physical and mental conditions: results from the WHO World Mental Health surveys. Mol Psychiatry. 2011;16(12):1234–1246.
  4. Benjet C, Bromet E, Karam EG, Kessler RC, McLaughlin KA, Ruscio AM, et al. The epidemiology of traumatic event exposure worldwide: results from the World Mental Health Survey Consortium. Psychol Med. 2016;46(2):327–343.
  5. Koenen KC, Ratanatharathorn A, Ng L, McLaughlin KA, Bromet EJ, Stein DJ, et al. Posttraumatic stress disorder in the World Mental Health Surveys. Psychol Med. 2017;47(13):2260–2274.

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